terça-feira, 31 de julho de 2018
Quando descobri o que era amar
Lembro quando descobri o amor, ainda meNina.
Quando, mais que ideia, dizer dos outros, substantivo abstrato,
O percebi, concreto, captado direito, pelo peito...
Como tudo que é importante.
De mente, tivera já a noção, ensinada.
Mas coração, não, não sabia.
Não fora, antes, impresso por dentro,
Com sentido,
Por viver da emoção.
Ao passar pela ideia da perda do outro, ponderar essa dor,
Entendi... com coração.
Não, não podia, eu, ir primeiro,
Apenas para não sentir o pesar,
A angústia, a aflição.
Preferiria o partir penoso, lancinante, do amado
A imputar nele esse fardo pesado,
Padecimento de deixar de ver,
Dissabor de perder, dar adeus.
Lembro quando descobri o que era amar :
Um querer-bem alheio imenso, intenso,
Superior à própria dor.
A mover pensar e agir para cuidar,
Zelar por outrem, a seu favor.
Sair de mim,
Sentir o outro, pelo outro,
Mudou-me o mundo.