Enlaçados, você e eu

A vida tem um jeito muito peculiar de ensinar.
Vai tirando e pondo pessoas o tempo todo,
Enlaçando circunstâncias, acontecidos...
Gerando ações e reações.

Seres são elos.
Elementos que fazem ligações de tempo e espaço.
São fios, meios e vias de urdidura... executores das costuras.
As mãos dos movimentos de ir e vir,
Do agir, do produzir... ou não.

Seres são tecidos.
À medida que entrelaçam-se os fios de fatos faz-se a vida.
Por trás do feito há um sujeito.
Em meio aos atos, são substratos,
Associados por passos... percebidos ou não.

Olhar para trás, atentamente, mostra que nada é acaso,
Não há evento independente.
Mas cascatas que conduzem, correntes que encadeiam.
Tudo é fonte, tudo é foz, tudo é começo, tudo é fim.

Olhar para agora, põe importância evidente.
Este momento é resultante... e, ainda, uma tangente.
Contém passado e é pedaço de futuro no presente.
Variável determinante, poderosa.
Promotora, fabricante do adiante.

Olhar para pessoas que vêm e vão, vieram e foram,
Que entram e saem a todo instante
É perceber a importância dessa constante às equações.

Tudo é trazido e levado,
Tudo é colhido e semeado por mover de mentes e corações.
O que me dá e o que lhe dou,
O que lhe dei e me deixou fazem o agora.
Formaram fibras, farão futuro.

Olho para passado grata pelo que ficou em mim,
Transformando-me, assim.

Olho para você e sei que tenho algo que não tem
E que tem algo a me agregar.

Cabe-nos o desejo de descobrir, o desvelo de procurar...
E a disposição de dar
Para crescermos com a troca.

A vida tem um jeito muito peculiar de ensinar.
Resta saber se queremos aprender.