segunda-feira, 12 de agosto de 2019
Livre... ou livro ?
Por poema em papel, impresso, palpável,
Colocá-lo em livro de verdade, é contê-lo.
É confiná-lo, encarcerá-lo, encerrado.
É sentenciá-lo assim para sempre, entre outros prisioneiros.
Todos paralisados pela impressão,
Reprimidos, proibidos de permuta.
Poemas meus precisam poder mover-se,
Modi-ficar-se re-formados
...se esse for o pulso interior.
Nascem para ser livres.
Carecem ter, como meNina, o espaço
Para mudar, amadurecer...
E voar !
Não há razão para trancá-los,
Encelar o que, por natureza, é alma,
Expressão de ânimo, espírito de pensamento,
Dínamo de ser.
Se quisesse me policiar, prender, não poetaria.
Escreveria teses, textos das ciências, prosa mais concreta.
Ser livre, mais que ter asas, é usá-las,
Exercitar sua potência...
E escolher onde pousar.