quinta-feira, 15 de abril de 2021

De volta ao trabalho



Ahhhh, abro a tela como janela de ser, a tanto trancada.!

De joelhos, retomo o ofício, sagrado, ensejando veios de verter alma.

Reverenciando o mistério, posto-me aos pés das inspirações que pairam,

Desnudando dores de um afastamento compulsório,

De tempos poupudos de dúvidas, fraquezas, esvaziamentos mal nominados.


Ahhhh, aqui de novo !

Estes dedos, moldados para imprimir emoções, perderam funções

Fazendo coisas quaisquer, desimportantes. 

Débeis, dançantes a esmo, andaram tal ponteiros de relógios loucos,  

Presos em caixas-dias, horas infindáveis,

Vazias de poesia.


Padecemos, o todo, sem sentido.

Sobrevivemos quase sem pulso, em solitária de sentir intenso, sem expressão,

Apartados de palavras postas à mostra.