Poesia não mais cabe ao autor quando parida,
Quando passa a ser lida, explorada por leitor.
Depois do parto não mais pertence a quem escreve,
Mas é descobrimento, uma conquista
Inteira-mente de quem lê.
Não é objetiva,
Não apenas o que se vê.
Quando lhe declamo um verso
Você dá o veredicto,
É co-autor comigo,
Quem faz o canto acontecer.
Poesia é meditação de quem escreve
E de quem decifra,
É andar conjunto, de mãos dadas,
Pelo elã de viver.