quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Gatos... com telhado de zinco quente



Uau, Hiroshima e Nagasaki na Bahia ! A imagem me alcançou, já vi fotografia. Meu primeiro impulso foi estampar elogios em público aos gatos de duas pernas, filhotes de amiga mia. Tecer meus comentários superlativos sem censura, a plenos pulmões, como uma mãe ou pai merecem ouvir. Na verdade, a plenos posts, como todo ser plugado atualmente anseia ver.

Porque aquela coisa de elogio privado, mesmo dos bons, rasgado, como costumava-se dizer, é coisa do passado. Não faz muito, bastava uma menção para estufar peito, catapultar ânimos, lançar sorrisos de orelha a orelha. Pais compraziam-se assim, orgulhosos, mal cabendo em si. Discretamente ninguém mais quer, não tem mais graça. Se não cair na rede não é peixe. Só tem milagre se render multiplicação... virtual, primeiro.

Mas devagar, contudo, com o andor: atenção aos nomes dos gatos, antes de mais nada. Sugerem alguma coisa, oferecem alguma pista ? Ou alguém aqui matava as aulas de história, colava na prova, fugiu da escola, prestou vestibular de supletivo ? É, o assunto merece olhar delicado. Pisamos terreno minado, perigoso, potencialmente explosivo. Prudência, aqui, nem disputa, em benesses, com a canja de galinha.

Ninguém porta apelido de peso à toa. Hiroshima + Nagasaki = a passado de bomba, potência em desastre ambiental. É ou não é pra ligar sirene, acender luz amarela, ativar os pisca alerta ?!

Enfim, antes de enveredar por codinomes, a caminho, que fosse, de parabéns virtuais, contive meus ímpetos. Preferindo a precaução, pisei no freio antes de uma eventual derrapagem, um possível acidente com vítima... em primeira pessoa do singular.

O que esperar ? Corre à boca pequena que onde há fumaça há fogo e não é segredo pra ninguém que aí tem brasa. Eu é que não me arrisco a assoprar. Dizem que com fogo não se brinca e nem me passa pela cabeça voltar a fazer xixi na cama.

Nunca gostei de revolver, faca... nem bombinha. Esse negócio de segurar rojão não é boa coisa nem em tempos de festa junina. Perigosa eu já sou naturalmente. Armada, só de palavra, com câmera fotográfica. Também nunca achei prudente sair puxando pino do que não conheço. Tão pouco acender pavio alheio. Dos mais curtos, então, quero distânnncia ! Quando julga-se conhecer o armamento já é um perigo, imagina colocar mão em cumbuca ! Adentrar território desconhecido, nem pensar ! As aparências, que sempre enganaram, agora nem disfarçam, imperam de cara limpa. Atualmente tudo tem cover, cópia pirata, versão alternativa: ninguém garante mais nada. Além de tudo, bomba relógio sempre veio camuflada, e entre o tic tac e o bummm, foi-se... adeus !

Dinamite tem braço ? Mina tem cabeça ? Quantas pernas pode ter uma granada ? Entre perecer na certeza e viver, ignorante, advinha o que eu prefiro ?

Chegar sem alvará ? Aproximação sem ordem judicial ? Ignorar a placa, não respeitar aviso, avançar sem licença, pular muro, entrar sem bater ?! Nem pensar, tome tento !

Fico em silêncio. E só conto pra você: Hiroshima e Nagasaki estão na Bahia. São uns gatos !... Mas seu telhado é de zinco quente.