quinta-feira, 18 de junho de 2015

No limite



Ah, às vezes vale bater tamancos, subir no salto, rodar a baiana !...
Porque ser bom não é bem o mesmo que ser bonzinho... e há quem confunda estações, misture as coisas, não separe adjetivo e substantivo.... avançando sinais, esquecendo, perdendo limites.

Ah, na precisão, necessitando de ajuda, carecendo de socorro, a gente serve !... E boca comunica, voz amansa, sujeito fica humilde, faz promessa bacana, transforma-se em doce. Mas quando é por uma dose de atenção, alguma consideração, educação... a campainha não toca, o aviso falta, o telefone não existe, a conversa não acontece, o ser fica mudo !...

Eeeeeepa, pera aí !

Todo trato merece cuidados. Toda transação merece descontos. As coisas do mundo de fora já são difíceis o bastante pra gente atear fogo no de dentro desgastando-se, efervescendo à toa !... Mas relações minimamente equilibradas constroem-se com respeito: condição si ne qua non ! E ele demanda limites. Independe de idade e função. Cada uma com suas características, todas oferecem portas, muros, cercas. Cabe ao cidadão colocar-lhe placas, estabelecer as normas do que pode e que não pode, agride ou não, do que é mais ou menos aceito, mais ou menos bem-vindo.

Universos pessoais têm limites particulares... e únicos, mas compartilhamos fronteiras. Um muro serve a dois mundos. E não se avança em terreno alheio assim, assim, sem consulta, sem acerto... e está tudo bem !

Ah, às vezes é importante bater tamancos, subir no salto, rodar a baiana !...
No intuito de evitar mal-entendidos, é prudente pontuar as sentenças, clarear discurso. Calma e delicadeza nem sempre são compreendidas, não alcançam cócleas brutas. Além disso, represas de quando em quando precisam abrir comportas. Merecemos libertar demônios, exorcizar-nos. Tentar conter as águas que não nos cabem tende a por abaixo as eclusas. E aí inunda-se, devasta-se mais que mero quintal. Relações podem afogar-se, negócios podem afundar, relacionamentos podem perecer.