segunda-feira, 26 de março de 2018

Histórias reais



Ahhh, que roupinhas lindas aquelas da minha infância !
Lembro-me bem de alguns vestidos de que gostava muito, com os quais ficava tão contente, sentia-me feliz.
Eram bem bonitos !... Mas não me servem mais.

Tempos em que acreditava em papai Noel.
Esperava ansiosamente por ele e podia jurar que viria.
E podia jurar que havia vindo, depois de encontrar presentes... depositados por meus pais.

Pessoas muito especiais, em quem acreditava, tinham me contado sobre ele.
Mais que isso, tinham feito-me crer em sua existência.
E com tal eloquência, com tal entusiasmo, que à mente daquela idade era impensado duvidar.
O que pretendiam com aquilo ? Provavelmente apenas me encantar.
Ou talvez não tivessem melhores respostas, explicações oportunas, mais convincentes, a questões do, então, presente.

Eram histórias tão lindas as que me narravam !
Também acreditei em coelhinho da Páscoa, em Rapunzel... e Cinderela.
Sonhei bastante com o dia em que um príncipe apareceria... e muito provavelmente por isso tenha desejado manter sempre longas as madeixas.

Eram contos tão bonitos !... Mas não me servem mais.

Assim ocorreu com algumas roupas da adolescência e da idade adulta: deixaram de servir.
E com alguns relatos verídicos que, com o passar do tempo, foram contestados, esclarecidos, caíram por terra: não comprovados reais.
Assim dá-se com algumas explicações, memórias, fatos... que podem ser afirmados, mas não firmados, cimentados como tais.

Quanto pode ser criado, quanto pode ser manipulado ?!
Ahhh, quanto querer saber, quanto carecer acreditar !

Dúvidas, incômodas, nos movem. Crenças nos sossegam.
E estamos constantemente entre umas e outras, em busca de bem-estar, ansiando felicidade.

Tudo tem seu tempo... e cada tempo sua roupa, uma verdade válida.

Verdade ?