quarta-feira, 28 de março de 2018

Teoria de tudo



O que se segue será só teoria ou um atestado ? Ser sentido é estar comprovado ? Que tal me acompanhar pelo processo de pensar uma questão... do coração ?!

Felicidade. O dicionário conceitua, a ciência estuda, tenta desvendar. A filosofia se delicia, as religiões abarcam... e cada pobre mortal procura explicar a seu modo. Sem muita precisão. Apesar de poder ser percebida na pele, inequivocamente vivida, não é fácil defini-la, como toda abstração. E se a descrição não é fácil, que dizer da produção, com tantas receitas e nenhuma.

Parece consenso que não é perene, que não é possível poupá-la, guardá-la. Que ninguém dispõe dela só por desejo... e que não vem impressa por DNA. Parece que demanda trabalho. Que não cai do céu como dádiva, chuva regando nossas hortas. Ao contrário, aparenta pedir empenho, atenção, desvelo.

Quando se observa alguém manifestando seus sinais, exibindo seus sintomas, logo se pondera acerca de um motivo. Qual a origem, a causa ? Procura-se um fato, um acontecimento que a explique, que a justifique. Ahhh, todos aspiram possuí-la ! Quem não anseia por um meio - de preferência fácil - de experimentar esse manjar, sentir o gostinho da iguaria, viver essa magia, representada como rara mas que na infância é fluente, corrente, normal ?!

Daí parte uma premissa: não seria nativa, inata, natural ? Uma espécie de essência da qual os seres desapossam-se ?! Quem sabe não a perdemos... pensando que não a temos, que é coisa a se ganhar ?! Quem sabe não a portamos, pequenos, e a dissipamos com o crescer ?! Melhor dizendo, adultecer... que pode ser alongar, alargar... sem exatamente evoluir. Transformar não é o mesmo que progredir.

Pois talvez o processo, que nos acresce, também subtraia. Porventura nos tire essa substância, como tinta que desgasta com o tempo. Ou o façamos nós, inconscientemente, à medida das trocas. Quem sabe com o frescor da infância se vá também a felicidade inerente ?! Pode ser que com o desenvolver do pensar o peito padeça, perca espaço, ocupado por problemas, preocupações.

Baseada nas próprias experiências, seus sentires, observações particulares, a meNina aprecia a ideia, pesa a hipótese. Presume poder ser mais que devaneio. Porque, até aqui, problemas vêm, a catapultam ao desprazer e ao pesar... e, em algum tempo, está de pé, prosa de novo. Provavelmente por não matar sua porção criança. Ao contrário, madura-mente a alimenta. Entre outras coisas simples, com boas doses de poesia. Assim retoma seu "estado natural" ?!

A teoria disso tudo passa, profunda-mente, pela emoção. Coração tem voz que só o sentir sabe ouvir. Pode ser sábio mesmo sem pensar direito. A magia de viver felicidade pode ser submeter a teoria de tudo que importa à prática do peito.