quarta-feira, 13 de junho de 2018
Treze de junho
Nos anos sessenta, nesta data, nascia uma meNina de olhos negros: duas jaboticabas sorridentes, brilhantes. Dizem que assim permanecem.
Veio já velha. Pulou maior parte da infância e adolescência. Poetou cedo.
Con-versava consigo e com o universo, a seu modo, curioso, silenciosamente observador, contemplativo.
A medicina deve ter começado a germinar de querer conhecer tudo por dentro.
Precocemente, viveu com o microscópio e o laboratório de química caseiro as primeiras paixões.
Ah, junto aos jogos de palavras, naturalmente !
Já namorava naturezas, com muito poucas peraltices.
Iniciou nesta carreira não faz tanto tempo assim.
Não tem o que reclamar desse seu DNA idoso.
Crê que lhe acresceu sabores, apurou notas... ao que parece, reduzindo azedume.
A uva é passa, muitas rugas... agregando doce.
Pouco a pouco vem perdendo pudores, vencendo receios,
Apreciando mais o pacote que tem menos jovialidade mas intensidade de deleite.
Toca o céu cada vez com mais frequência.
É incrível como o tempo pode andar assim, levando tanta coisa...
E ainda somar tanto !
A meNina se enleva e vê cada vez mais encanto em viver.
Vem se preparando há mais de meio século, diariamente, para este dia...
E outros que, por ventura, venham adiante.
As comemorações são regulares, recorrentes, a cada a-cor-dar, aos singelos despertares...
Todos igualmente especiais.
Um brinde a esta etapa e à toda sua construção: gratidão por tudo que me trouxe até aqui !