quinta-feira, 27 de junho de 2019

Exposição



Não há outro modo de poetar
Que não seja por transparência.

Imperativo perder pudores, simplificar posturas,
Permitir o escrutínio, o sufrágio,
Possíveis aplausos, prováveis desaprovações.

Manifesto-me, mostro-me
Espontânea à maior medida.
Desvestida do desnecessário
Demonstrado, dia a dia, pela vida.

Ahh, quanto preconceito colecionado sem questionamento !
Quantas camadas de estar a desbastar no ser !

Bocado foi, já, lapidado por experiência,
Desgastado pelo passar do tempo...
Que pontua, sentencia, melhor que qualquer mortal,
Teoria ou instrumento racional.

Exponho-me.
É permitindo-me que me percorro.
É percorrendo-me que me encontro
...para perder-me nova-mente, entre mudanças...
Na andança de humanidade,
Nesse baile que é viver.

Hoje estou isso.
Amanhã, que sei ?

EscreVendo, com sentir, direi
Das muitas que me cabem,
Das mutAções que conjugo.

Não há outro modo de poetar,
Não há outro modo de madurar
Que não seja por transpareSer.