terça-feira, 28 de maio de 2019
Primeiras lágrimas para sorrir
Lembro vividamente das primeiras lágrimas literárias.
Inesquecíveis como o primeiro beijo...
Ou outras introduções, ensejos e emoções inaugurais da vida.
Derramei-as diante de uma amizade,
Da narrativa de relação doce entre menino e árvore.
Ahh, como solucei suas dores !
Batia em mim o que pulsava em seu peito
E que em pranto despejava,
Relatados em prosa de profunda poesia.
Marcaram-me a memória
As conversas amorosas de uma criança com sua companheira,
Confidente de aventuras imaginárias e sentimentos vivos.
Chorei copiosamente sobre um livro pela primeira vez.
Suspiros que jamais esquecerei.
E que, passados, suspensos, só reforçaram-me o deleite de ler,
Acentuando o sabor bom de viajar e conhecer.
Fortaleceram o anseio de enveredar, avançar outros quintais,
Alargar o mundo singular, ultrapassar paredes
E pousar em outros pátios, e percorrer outros universos,
E saborear frutos e colher flores-fantasia.
Descobrir, e saber, e sorrir...
Apenas acompanhada de papel.
Ahh, Meu Pé de Laranja Lima
Lavou-me a alma de meNina !...
Ajudou a plantar mulher.