terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Este lado para...



A outra mão, por favor ! Cada louco com sua mania; certo ?! Pois dentre outras, a preferência por dar a mão direita para passear vem, aqui, em primeiro lugar. Em segundo, talvez abraçar o travesseiro, passando a mão direita por baixo. Não, a esquerda não vale ! Aliás, pra que braço esquerdo mesmo ? Ah, pra prover de equilíbrio, apoiar corpo para não pender, capenga, para o lado oposto. Acho mesmo que o corpo, em suas assimetrias suaves, é feito perfeito. Quem pensou fez direito. Tudo tem motivo, uso, um porquê. Mas, por favor, prefiro usar a mão direita pra passear. Pode ser ?

O outro pé, por favor ! É, isso é regra. Não adianta que não levo se não calçar os dois. Sim, comprar sapato é assim: prova bilateral. Dedos são diferentes, a largura dos pés também não é igual. Basta uma costura torta, a mais, saliente... e o sapato cai mal. Seu corte também não é tão certo, às vezes vem torto. Aí, adeus conforto ! E calçado que aperta judia, detona o pé, acaba com o dia, ferindo pele... e humor. Então, traga o outro pé, por favor !

O outro dedo, por favor ! É questão de segurança, trocar de dedo todo anel ou aliança, para não perder o adereço, geralmente de apreço, ou, em extremo oposto, sofrer "sufocação". Sandice ? Pois o que parece tolice - mudar de dedo um anel - pode salvar uma mão. Já atendi caso de anel em artelho edemaciado, fazendo garrote, levando à atendimento de urgência. Então, ante frio - para não perder - ou calor - pra não sofrer - anda a argola para outro dedo, sim, senhor !

O outro punho, por favor ! Esse seria, em meu caso particular, um bilhete a acoplar ao carpo esquerdo como medida preventiva, um seguro de vida. Um aviso para caso de surpresas com a saúde, tal um mal súbito, por exemplo. Pensando bem, uma nota assim não seria perene, portanto não funcional. Funcionaria, talvez, uma tatuagem, ter o texto impresso na pele. Que tal ? Do contrário, de repente, passo mal, alguém tenta avaliar meu pulso esquerdo, palpar minha artéria radial e... nada, babau: dirão que morri. Portanto, pelo sim ou pelo não, antecipo aqui o anuncio dessa alteração na anatomia. É, eu sei, não sou normal ! No referido braço, a artéria radial não tem trajeto habitual, não passa onde deveria, como consta em atlas e tais. Portanto peço: tente o outro punho, por favor. Direito, por amor !