segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

As asas do tema



Ah, o tema do texto !... Como surge, de onde brota ? Que opção é essa, como vem ? Tannntas possibilidades ! Quando algum me abraça, pede por dentro, não há questionamento. Assim, se impõe e me impele. Ele manda. Um instante e o tal texto vai sair: é um prazer parir ! Há, contudo, outras formas dele vir.

Alguns chegam atropelando o momento, em franca injunção. Invadem o tal presente, sobrepõem-se pela força... do sentir. Destacam-se dos demais, saltando entre eventos, abrindo espaço entre histórias, sentimentos. Clamam, parecem pedir para aparecer, demandam atenção. Podem grudar e não largar. Podem incomodar, martelar. Pulam, pipocam, dançam, sapateiam na caixola, até estourar na tela, estrelar no palco do papel.

Quando não, é preciso optar por um, digamos, menos envolvente, oriundo do redor ou do universo interior, poderoso motor. Por vezes sobram, por vezem somem. Surgem e fogem se não forem prontamente capturados. Podem brincar de pega-pega, esconde-esconde, carecer ser garimpados. Ter lugar na tela não tem regras rijas. Assim, o tema nem sempre vem de pronto, nem sempre é coisa simples. Ou porque ideias competem em alta importância... ou por sua irrelevância, tocando pouco o coração.

Hoje é um daqueles dias de que de muito falaria, nadando sem mergulhar. Mas como o tema assumiu ser o assunto, aqui vai apenas uma palhinha de outro tópico, para mencionar o ponto alto da manhã. O primeiro sorriso do dia foi resultado de um acordar doce, musicado, proporcionado por meu vizinho cantor. É passarinho enjaulado - uma pena ! - mas, ahhhh, como canta bonito !

Ouço-o sempre. Hoje, contudo, houve canto em coral, ainda mais especial. Tivemos sinfonia, tão logo nasceu o dia. O passarinho vizinho fez coro com a corja de bem-te-vis, fregueses de casa. Chegam mesmo a entrar, sendo donos de meus olhares, senhores de meus ouvidos, com seus brados e alaridos, tons de gritaria: parece ode de alegria. Estrilam alto, uma algazarra ! Fico imaginando do que falam... ou do que gritam. Que garganta eles têm ! Impossível ignorar... ou não gostar.

Amiúde os imito, na esperança de alguma interação. Quem sabe conseguimos conversar, trocar mais que piscadelas. Quem sabe ?! De qualquer modo, em solo ou conjunto, adooooro quando a manhã se abre assim: eu olhando pra eles, eles cantando pra mim !

E o texto, tomando as asas desse tema, pausa com pouso.
FIM !