sexta-feira, 6 de julho de 2018
AlvoreSendo
Quando ele surge, às manhãs, já me encontra à sua espera, ao chão, de joelhos, em reverência silenciosa.
Aguardando seu advento, dou-me à luz consigo.
Atenta a seus sinais iniciais, observadora por dentro, medito seus meneios,
Contemplo seu prelúdio, o princípio do espetáculo.
Quando ele assoma já sou sua.
Aprendiz a-cor-dando-me presente de renascimento,
Sempre noviça de prefácios.
Assisto à beleza da aurora, inigualável,
Percebendo seus primeiros movimentos,
Notando seus sussurros e a sequência...
Então de cantos de encanto
De quem desperta da escuridão.
E danço.
Inicialmente, silente: interiormente.
Depois, ambulante.
E, logo, dançante de corpo e alma,
Sendo energia.
Desabrochou, começou mais um dia !
Já o aguardava e o celebro, grata...
De braços abertos
Em face de sorrisos.