segunda-feira, 3 de dezembro de 2018
DRs
Em determinado momento, puxo o divã, invito eu mesma pra sentar:
Vem cá, meNina, conversar !
E derramo vivências, deslindo desejos, despejo carências...
As dores e os prazeres, o que incomoda e o que vem me acomodando,
Pra despontar diagnósticos, pro-por-me condutas... tratar feridas da vida.
Fazendo links do recente com passado, passo em revista fatos e emoções,
Pra ter visões de um adiante.
Sento diante de mim, de frente pro que sinto. Olho no olho... interior.
Primeiro, derramando exclamações: tudo que pulsa, o que posso palpar por dentro.
Somam-se os fatos: o visível, as evidências, o gritante.
E, então, avante !
Tempo de passar às perguntas, causar encontro de sentir e de razão.
DR é hora de ouvir o que não se fala fácil. De buscar ver o que ainda não se viu.
Hora de escutar melhor a música, perceber nuances, notas,
Tentar decifrar cadências, com-passos da composição da vida.
De atentar ao que toca o coração,
Pra saber como dançar com o que parece importar.
DR é abrir portas... para a luz.
Convidar a claridade, deixá-la entrar pra ver mais longe.
Pra meNina é natural.
De ser a própria fala e o próprio ouvinte, verte conversa de relevo.
Surge processo de pesar prioridades, propor prosa pra depois,
Su-gerir próximos passos, senda a seguir.
De ser falante e ouvinte, assoma rumo de ente andante
... que não sabe seguir ao léu.
Que anseia céu... possível,
Pro-curar, pro-mover, fazer,
Em carne,
Presentes de feliz idade.