EscreVENDO nossa história

Quase tudo, em algum momento, con-verte-se
Em almoço, lanche, jantar... café da manhã.
Quase tudo que chega e entra, marina,
Fica de molho inconsciente
Para sair, depois, diferente, temperado,
Ao ponto, bem ou mal passado,
Observado de outros ângulos,
Em misturas de pretérito... com narrativa pessoal.
E sai presente, pronto ou não,
Pro-movido à média, pingados,
De aperitivo a - quem sabe - prato principal.

Conjunto é mastigado, digerido,
Absorvido ou rejeitado.
Cada coisa vira, dobra, desdobra...
Muda de lados dentro da gente,
De mim.
Assim, nos nutrimos, saboreamos,
Saciamos - ou tentamos abater -
Fomes de saber e de viver.

O que como diz bocado de quem sou.
Com quem estamos também conta.
O que temos à copa, à geladeira,
No quarto, sala... e à estante
Exprime parte importante das novelas.
Somos museus itinerantes,
Móveis, imóveis... fornos, refrigeradores da vida.

Do que faz sua comida ?
Quais são seus alimentos
...de pessoas, companhias, a conceitos e juízos,
Emoções e sentimentos ?

O que injetamos pelo olhar, pela boca... e pela pele
Nos confere qualidade, forma, recheio.

Que bom que você veio !...
E com-põe minha história.

Ficará bem na memória ?

Depende só de mim ?