quarta-feira, 16 de janeiro de 2019
Maluquices de meNina ?!
Pensei em provar sabor de só me ver interior.
Não seria fascinante ?!
Precisaria prescindir de espelho,
Abandonar essa matéria que tenta, insiste em me dizer quem sou.
Que declara e compara, que põe peso no pacote
Sem somar substância essencial, agregar-nos conteúdo.
Seria ser natural...
Se não houvesse o outro, o contato com terceiros
A adicionar, propor opinião, fazer juízos, julgamentos.
Teria de partir, deveria evadir-me,
Apartar-me de tudo e todos,
Recolher-me, em-mim-mesmar-me.
Retomar tempos das selvas ?!
Poderia isolar-me e meditar...
Mas voltaria, algum dia.
Dificilmente seria só silêncio - tão instantâneo e fugidio.
Como me sustentaria, uma eremita, abstinente,
Levando a mente... e o que já atino ?
Portaria minha fala não falada, raramente serenada,
Carregada de passado e de presente.
Faria-me fundamentada menos fora
Mas veria o envelhecer, ainda, à pele.
Saberia ser diferente de quem já fora,
Do que estivera, outrora.
E não seria, esse, um espelho,
Fonte de algum lamento ?!
Pensei em provar o sabor de me olhar apenas por dentro,
Contudo, é tarde: adulteci.
Juntei tempo, educação e cultura.
Mas...
Ahhh, quando sorrio sinceramente, do fundo pra fora,
Me adentro, a-cor-dando-me criança !...
Aquela da tenra idade que era felicidade e não sabia.
Assim, nesse sorriso, tenho o que preciso.
Perco casca, sou recheio.
No que vale investir ?